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sábado, 30 de julho de 2011

Customizando câmeras

Já pensou em customizar sua câmera?? Neste belo vídeo em stop-motion - que imagino que deve ter dado um puta trabalho – uma Holga foi encarada como uma tela em branco e virou uma peça de arte totalmente personalizada.

Bem, se você não tem a habilidade toda do autor do vídeo, pode tentar alguma coisa mais simples, pintar de uma cor só talvez. Usar uma forma feita de cartolina para criar desenhos pintando por cima. A criatividade vai de cada um, pode usar até Lego.

Ainda essa semana um post mais detalhado sobre customização com a ajuda de uma leitora aqui do blog, fiquem ligados.
Enquanto isso, continue lendo e veja mais câmeras customizadas:

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Olhe para cima

Logo acima da linha do horizonte e até o infinito há um mundo que quase nunca reparamos. E por isso as fotos que “olham para cima” são quase exóticas. É claro que ninguém vai andar olhando para o alto, mas se você estiver com uma câmera na mão, vale a pena mudar seu ângulo de visão e reparar as coisas que estão sobre as nossas cabeças.
Alguns lugares que fotografei, sei que fazem parte do meu cotidiano, mas o nosso olhar está tão naturalmente acostumado em contemplar somente o que temos a frente que algumas dessas fotos eu nem lembro onde foram e ainda procuro por esses lugares.


Em outras eu só reparei na beleza das coberturas dos prédios depois que as revelei. E percebi ainda que o comportamento das nuvens tem efeito dramático sobre as imagens. 




Com o sol forte, algumas câmeras ainda vão nos presentear (ou nos decepcionar) com cantos escuros. Há quem goste desse efeito e há quem o considere um defeito.

Tão revelador quanto olhar para cima é olhar pra baixo, mas isso é assunto para uma próxima postagem.  

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Retratos de um passado revelado

Um passeio pela extinta profissão de lambe-lambe, a arte que a tecnologia desbancou
Não é nada comum nos dias de hoje, mas, ao passar pela famosa Feira do Rato, no Centro da cidade, pode-se vê-la: ultrapassada, mas se impondo, exposta diante de tanta tecnologia e debaixo de um guarda-sol entre os trilhos do trem. Hoje é só uma caixa vazia servindo para chamar a atenção dos que passam. Triste fim para quem há dez anos atrás era responsável por uma enorme produção de retratos revelados na hora. Desbancada pela tecnologia.

No início do século, o exercício da fotografia era feito através de uma união de câmera com laboratório, a câmera lambe-lambe. Ganhou esse nome engraçado por conta da prática da revelação das fotos: o papel fotográfico teria que ser banhado em alguns químicos, um deles, o fixador, que, como o próprio nome diz, fixa a imagem no papel. Os fotógrafos passavam a língua na foto durante essa lavagem para sentir, pelo gosto, se estava pronta.

José Aurino dos Santos, 40 anos, nasceu no interior de Alagoas, na cidade de Anadia. Até os 16 anos cortava cana quando resolveu se mudar para a capital. Já em Maceió aprendeu tudo com o irmão, o já fotógrafo Antônio dos Santos. A partir daí começou a profissão de retratista, controlando durante muito tempo a câmera lambe-lambe. É a esse ofício, praticamente extinto, que dedica mais da metade de sua vida.

Quando a era digital começou a surgir, Seu José ainda tentou continuar com seu método tradicional e até chegou a pensar em desistir, mas, segundo ele, é a única coisa que sabe fazer. Com as câmeras digitais sendo comercializadas e máquinas reveladoras sendo criadas, ficou cada vez mais difícil conseguir comprar o material necessário para a revelação das fotos - os químicos não são mais achados com a facilidade de antigamente. Relutou, mas foi obrigado a se adaptar ao novo mundo, comprando uma câmera digital e uma pequena impressora bem operacional, que até dá a opção de alguns retoques na foto. “Antes, isso aqui era cheio de lambe-lambe. Foi-se acabando, alguns largaram a profissão, outros morreram. E o movimento caiu muito. Tem dias em que eu só faço uma foto. Eu sinto falta porque, além de tudo, é uma tradição e muita gente admira. Na semana passada chegaram alguns turistas aqui e pediram para que eu fizesse foto deles, mas quando viram que era digital, não quiseram mais. Queriam mesmo era da lambe-lambe”, diz.

Ele confessa que foi difícil aprender a lidar com a tecnologia, mas, para isso, contou com a ajuda do filho adolescente. Enquanto levou 15 dias para dominar sua lambe-lambe, passou mais de um mês para se familiarizar com o aparato digital. E embora admita que é muito mais fácil trabalhar com o equipamento novo e que “foi a melhor coisa que inventaram para quem trabalha com fotografia”, diz que se pudesse voltar a usar a câmera antiga, o faria sem vacilar.

Cícero Benedito, 43 anos, mais conhecido como Kiko, divide seu ponto de trabalho com Antônio dos Santos, o Tonho Matuto, 51 anos – o irmão do Seu José – com quem também mantém uma sociedade. Os fregueses e o dinheiro são divididos igualmente entre os dois. Também foram obrigados a se renderem aos equipamentos digitais.

Kiko conta que ficou triste, até tentou adaptar a lambe-lambe para o digital, mas não conseguiu. Faz dois anos que ela parou de vez. “Eu sinto muita falta do processo todo, era tudo artesanal mesmo. Quando a foto saía com alguma mancha ou detalhe que o freguês não gostava, a gente fazia retoque com um palito, molhava mais um pouquinho e pronto. Tudo se resolvia”, explica. Embore concorde que é muito mais eficaz trabalhar com tecnologia, reclama dos custos: “Se essa câmera digital quebrar, é muito difícil consertar, tem que mandar para assistência técnica e ainda é muito caro. Com a lambe-lambe não tinha problema, a gente mesmo dava jeito se quebrasse ou se não estivesse funcionando bem”.

O local de trabalho dos dois é mais organizado do que o de Seu José, em plena Feira do Rato. Quando passam ônibus de turismo, eles são uma verdadeira atração, as pessoas colocam logo suas câmeras para fora da janela para registrá-los. Causam o furor da descoberta de um animal em extinção. “Caímos no esquecimento”, diz um Kiko tristonho, mas orgulhoso de sua arte. “O bom é olhar a foto e pensar ‘fui eu que fiz’. Porque nós fazíamos mesmo, fazíamos tudo”. E faziam mesmo. Com todo o significado dessa palavra. “Depois de 20 anos, tem gente que passa por aqui e diz que ainda tem foto comigo, é uma alegria”.


Um autodidata da fotografia
Com um sorriso sincero, uma voz forte e muita história pra contar, Seu Manoel da Taboca, 72 anos, é um gênio da fotografia não descoberto. Nasceu em Anadia, onde foi criado na roça. Aos 16 anos viajou para São Paulo para trabalhar em plantações. Lá conheceu um japonês que tinha uma câmera fotográfica. Quando a viu, encantou-se. Começou a aprender assistindo ao amigo revelar as fotografias.
Mesmo tendo perdido o dedo polegar da mão direita num acidente, foi muito difícil deixar a roça e, por muito tempo, a fotografia foi apenas um hobby. Mas desde que aprendeu, não parou de inventar engenhocas e formas de melhorar o processo. Ainda trabalhando em uma usina, montou um laboratório em casa e revelava suas fotos nos fins de semana. “Fiz uma câmara escura e um quadrinho com um papel na frente para a luz entrar difusa. Mas na época eu nem sabia que aquilo era um difusor, só sabia que era para a luz entrar espalhada”, descreve.

Ele relembra, com os olhos cheios de saudade, que perdeu a visão do olho esquerdo por conta de uma pedrada, mas que nem isso conseguiu atrapalhar seu amor pela arte visual. “Eu amava aquilo, ver a imagem surgindo aos poucos num papel em branco. Eu chamava todo mundo em casa pra ver”.

Um dia viu numa praça dois fotógrafos trabalhando com câmeras lambe-lambes. Até então, não conhecia a máquina que dava a possibilidade de revelar as fotos sem precisar de um laboratório. “Fiquei impressionado olhando eles trabalharem. Daí comecei a construir uma lambe-lambe. Criação minha, fiz e aprendi a usá-la sozinho. Fui me aperfeiçoando e comecei a ganhar dinheiro trabalhando como fotógrafo. Pedi demissão da usina”, conta todo orgulhoso.

Em seu percurso, já estava no Mato Grosso, quando achou uma praça que não tinha fotógrafo. Armou sua câmera e fez do local seu ponto dali em diante. Em seis meses, diz, ganhou o equivalente a 20 mil reais e resolveu realizar o sonho antigo de voltar para Alagoas. Chegou trazendo a novidade da câmera com filme quando os poucos fotógrafos que já existiam usavam chapas e papel. Começou a fabricar as câmeras por encomenda, que também foram instaladas pela empresa Egídio Fotografias, onde Seu Manoel trabalhou. Também prestou seus serviços ao extinto Jornal de Alagoas nos últimos seis meses de vida da empresa.

“Mais ou menos em 67, quando chegou a fotografia colorida, ninguém mais queria tirar foto em preto-e-branco. Que desgosto que dava”, relembra. E completa: “Comecei a estudar um jeito de preservar a lambe-lambe, o processo de revelação do colorido era muito difícil e caro. Eu quebrava a cabeça, mas não desisti. Sempre fui criativo e um dia consegui”. Assim Seu Manoel da Taboca criou e sustentou seus 17 filhos.

De fato, não se interessou pela novidade dos equipamentos digitais, parando de fotografar em fevereiro de 2006, após 39 anos de carreira. “Eu tenho saudade, sonho muito com o tempo em que eu trabalhava com fotografia. Sinto falta demais”, emociona-se.



Texto e Fotos por Larissa Fontes 
Matéria publicada no O Jornal do dia 21 de Novembro de 2010, na página Universidades

sábado, 23 de julho de 2011

Câmeras para iniciantes

Essa semana me perguntaram qual câmera eu indicava para quem quer dar os primeiros passos no mundo analógico. Bem, as opções são muitas e vão depender da sua disposição, do seu nível de conhecimento sobre fotografia em geral e claro, do seu gosto.

Então vamos lá, uma pequena lista analógica de câmeras:

1-      Actions Sampler:

   Esta é a família multilentes da lomografia. Cada lente funciona num tempo diferente, capturando assim a ação do momento, ou fazendo fotografias irmãs de paisagens estáticas. Acho que essas câmeras são perfeitas para introduzir qualquer um no mundo lomográfico. Por ser uma câmera que não tem visor – só possui uma ‘mira’ não muito confiável – ela força você a simplesmente apontar e fotografar. No geral são bem baratas (ficam na faixa de 50 a 80 reais), o que também conta positivamente para muito iniciante. Um ponto negativo é o fato de não ter flash embutido e não ter a zapata para encaixa um, tornando a falta de luz uma limitação. 

  2        Fisheye
  As câmeras fisheyes são mais caras (modelos mais simples custam 140 reais, modelos mais completos chegam a 250), mas extremamente atrativas. Seu grande lance é a lente de grande abertura angular, que chega a quase 170 graus. Esse tipo de lente dá às fotos um efeito de barril, deixando as bordas distorcidas. Essa câmera também incentiva uma dos princípios lomográficos, aquele que diz que você deve chegar perto do seu objeto para fotografá-lo, isso porque as fotos da fisheye que são tiradas em close-up exploram melhor as possibilidades da sua lente. A fisheye conta também com um flash embutido, com a opção de múltipla exposição e longa exposição, abrindo um leque imenso de possibilidades. Um ponto negativo é a não escolha do tipo de ISO ou a distancia focal, que limita um tanto as possibilidades com alguns filmes e situações.
  
3-      Câmeras Convencionais

  Sempre existem aquelas câmeras automáticas que nossos pais tinham e hoje esta jogada em algum lugar da casa. Essa câmeras não contam com grandes diferenciais como as duas opções acima, mas é uma forma dar o primeiro passo na vida analógica. E claro, sempre existem técnicas para deixar tudo mais interessante: Filtros para colorir as fotos, dupla exposição old school (uma coisa que depois ensino aqui) e outra dúzia de coisas que é só usar a imaginação e sair clicando.

Conclusão:
Preferi deixar de lado câmeras que exigem muitos ajustes antes do clique, afinal, isso é só o começo da jornada. Veja qual sua preferência, sua disposição quanto a custo, pesquise sobre a câmera e veja fotos que já foram tiradas com ela. Além disso podem tirar dúvidas conosco do vida analógica.

Bem, segue algumas fotos tiradas com essas câmeras:

sexta-feira, 22 de julho de 2011

La Maleta Mexicana

Neste domingo (24), durante o Festival Latino de Cinema de Los Angeles, acontecerá a estreia do filme "La maleta Mexicana", de Trisha Ziff, no Egyptian Theater. O filme é baseado na intrigante história dos negativos da Guerra Civil espanhola, que foram recentemente recuperados no México.

Os negativos encontrados na maleta já eram considerados perdidos desde o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, quando sumiram do estúdio Capa em Paris.  Mas depois de uma longa e misteriosa viagem pelo México, a caixa, contendo 126 rolos de negativos de Robert Capa, Chim (David Seymour), Gerda Taro e também uns poucos de Fred Stein, foi encontrada.

Esses rolos são um documento de valor incalculável sobre a evolução da fotografia e do fotojornalismo de guerra. Mas principalmente mostra o esforço político para marcar o curso da história espanhola e impedir a disseminação do fascimo no mundo.

Algumas fotos da maleta podem ser vistas Clicando Aqui

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Comercial da Holga


Descobri esse comercial por acaso no youtube. Ele é bem simples, e traz a filosofia da lomografia: Dont think, just shoot - algo como não pense, só dispare. Mas as 'regras' da lomografia é assunto para outros posts.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A tensão do primeiro filme.

Você se lembra da tensão ao revelar o primeiro negativo? Você se lembra da ansiedade de esperar pelas primeiras fotografias que você fez? Se você já passou por isso, este post é mais nostálgico que qualquer outra coisa, se você esta começando no mundo analógico, este post é uma preciosa dica.

Quando a gente resolve fotografar analogicamente (geralmente após comprar/ganhar/herdar/escavar uma câmera), rapidamente compramos um filme e saímos por ai clicando tudo. Após 36 poses, levamos no laboratório e a espera começa. Aí é que fica o perigo, vamos criando expectativas que geralmente não vão ser correspondidas, seja pela falta de experiência, um erro ao fotografar, ou simplesmente azar do laboratório ter cagado seu negativo todo.

Continue lendo e veja uma série de fotos que deram errado e a possível razão.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Filme Redscale XR

Esse é um filme interessante de trabalhar porque tem uma prolongada faixa de exposição, de 50 à 200. Você pode programar sua câmera com diferentes ISOs para obter diferentes tons de cores.

Se você quer algo mais perto do vermelho o ISO 200 lhe trará as cores desejadas. Se você quer tons mais afastados da escala vermelha o ISO 25 ou 50 lhe aproximará do verde e do azul. 

No entanto a quantidade de luz no ambiente também vai direcionar os tons das fotos. Em ambientes com pouca luminosidade a imagem vai sair mais avermelhada mesmo com o ISO 25 ou 50.

As fotos abaixo foram feitas com uma câmera Pentax K1000, diferentes ISO e luminosidades:



Porém, se sua câmera não te permite selecionar o ISO as fotos ficaram avermelhadas independente da quantidade de luz ambiente. A variação só será de um tom vermelho escuro (ambientes pouco luminosos) à uma tonalidade vermelho/amarelado (ambientes mais claros).

As imagens que seguem foram feitas com uma câmera Lomography Fisheye que não dá ao usuário a opção de configurar o ISO:
 



Nesse caso fica como sugestão usar um filme Redsacale padrão, que é mais barato e causa o mesmo efeito. 

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Leica é leiloada por US$ 1,9 milhão


Uma câmera fotográfica de 1923, de uma série muito rara da marca Leica, foi leiloada em Maio deste ano, na Galeria Westlicht de Viena, por US$ 1,9 milhão, se tornando a máquina mais cara da história.

"É o número 7 de uma pequena série, com cerca de 25 peças, de câmeras fabricadas por Leitz em 1923", dois anos antes da introdução da marca oficial Leica (por Leitz Camera), informou a casa de leilões de Viena.

A câmera tinha sido avaliada entre US$ 500 mil e US$ 573 mil e, após vinte minutos de lances com o valor inicial de US$ 286,3 mil, uma colecionadora asiática levou a raridade por US$ 1,9 milhão.

Fonte: G1

terça-feira, 12 de julho de 2011

Revista fotomania


Quem gosta de fotografia analógica tem dificuldades em encontrar periódicos específicos sobre o tema nas bancas de revistas. A grande maioria das publicações está direcionada a tecnologia digital, técnicas de manipulação de imagens, inovações tecnológicas.

Felizmente, surgiu no mercado recentemente a revista Fotomania. Apenas em sua 8ª edição, ela já mostrou que não é sobre fotografia digital ou sobre fotografia analógica e sim sobre fotografia.

A Fotomania também tem um Blog que fornece conteúdo gratúito, exclusivo para a Web, e na mesma linha editorial da revista.



segunda-feira, 11 de julho de 2011

Começou!

Começou! Este é o primeiro post do Vida Analógica. Aqui iremos discutir temas relativos à fotografia fora do PC, do photoshop, da virtualidade. Mais do que um espaço de debate entre analógico e digital, uma fusão desdes dois mundos. Queremos compartilhar experiências, dicas, truques, enfim, vocês vão sacar o que é isso aqui quando isso aqui começar a ser alguma coisa, e para isso, queremos contar com você.


Até outra.
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